
Poema de "Auto de António, último príncipe de Avis"
Uma Balada
28-10-2017 Expresso
Por uma noite por um dia como António fomos reis por um corpo de mulher pelo instante que fugia pelo amor que se escondia em um lugar que não havia pelo dia que se esperava e nunca mais chegaria pelo reino que se amava e era só uma palavra
por aquela que se tinha e era de noite a rainha pela rosa que se abria e logo ao nascer morria pelo mar que nos levava e o exílio que doía pela ideia que cheirava a pão fresco e maresia por António que em si mesmo se perdia e se encontrava por um povo que o esquecia por um povo que o lembrava por António também nós por António fomos reis e ninguém nos coroava. Manuel Alegre Publicado no jornal Expresso - Economia por Nicolau Santos, em 28.10.2017