Defensor desde a primeira hora da solução da “geringonça”, Manuel Alegre entende que ela se deve manter mas com mais ambição e com um projecto para o país. Sobre a Europa, manifesta a sua preocupação com a Itália e com a Inglaterra, a quem devemos, lembra, ter resistido sozinha aos bombardeamentos de Hitler.
Preocupado com a emergência de populismos de direita, Alegre considera que, apesar de Portugal ser hoje uma excepção na Europa, isso “não quer dizer que não haja um populismo larvar, inorgânico - vemos isso até no futebol e nas redes sociais” e alerta: “Se não houver cuidado, esse populismo adquire uma expressão política. Ninguém sabia quem era Bolsonaro.” Para Manuel Alegre, “o populismo pode entrar se os problemas não forem resolvidos” e “determinado tipo de fracturas – norte/sul, cidade/campo, etc - podem abrir caminho ao populismo.”
Manuel Alegre manifestou-se também preocupado com o estado da direita “porque pode abrir o caminho a uma direita populista. A ausência de uma direita democrática ou de um centro-direita que seja alternativo pode abrir caminho a uma direita populista. E já estivemos mais longe”, conclui. Sobre o papel do Presidente da República, Alegre entende que ele “é uma força de contenção do populismo perigoso.”
À crítica de quem o considera um “conservador”, Manuel Alegre responde que é um defensor da nossa história e das Descobertas e que “se isso é ser conservador, eu sou conservador” e “estou disposto a bater-me por isso outra vez, apesar dos meus 82 anos. Porque não quero outra vez fascismo, isto agora nem é bem fascismo. É pior, é uma coisa caótica. De banditismo, de canalha na rua e de canalha no poder.”
Veja a entrevista tal como foi publicada on-line no DN e na TSF AQUI.